Essa eu tinha que contar, pois tem um impacto direto sobre muita gente, principalmente os imigrantes: o governo da nossa querida Pauline Marois, primeira ministra do Québec, está trabalhando para concluir a sua "Charte des Valeurs Québecoises", que é uma espécie de documento que diz o que é que vale para o povo do Québec. Eles estão tentando definir em uma lei o que é a cultura da província. Dentro desta definição entra também o conceito de "Estado Laico". Isso quer dizer que o governo quer ser completamente neutro em matéria de religião. Porém, uma questão prática tem incomodado bastante o povo por aqui, principalmente os imigrantes: a carta prevê a interdição da utilisação de símbolos religiosos em lugares públicos e também pelos funcionários em serviço público. Assim, professores, enfermeiros e outros agentes de saúde, servidores em geral, não poderão utilisar seus símbolos religiosos. Para nós católicos isso parece simples, pois a maioria ostenta apenas um crucifixo no pescoço. Porém, existem outras religiões onde o dito "símbolo" muitas vezes não pode ser escondido, como no caso dos véus das mulheres muçulmanas ou dos turbantes dos homens.
Ainda tem muita água pra rolar por baixo da ponte e a questão é muito polêmica, pois muitos se sentiriam discriminados religiosamente e teriam seus direitos pessoais impedidos, como o de expressar a sua religião. Em uma creche pública, as educadoras muçulmanas dizem estar prontas a deixar o emprego se o governo as obrigar a retirar o véu durante seu trabalho, diz um jornal local daqui de Candiac. Os partidos de oposição, é claro, estão aproveitando a situação para atacar o governo atual.
Independente do que acontecer, é uma boa oportunidade sentirmos o espírito dos primeiros cristãos que eram perseguidos por sua fé. Ninguém veio para o Canadá para deixar de ser religioso, não é mesmo?
E vamos seguindo com passos firmes de quem sabe onde quer chegar!
Abração e a Paz
Igor Schultz