quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
1 ano de Canadá
1 - Independência e maturidade dos meus filhos mais velhos: penso que meus filhos amadureceram rápido não só porque vieram para um país estrangeiro, mas por este país favorecer a concessão de liberdade. Aqui tem segurança. Quando sai do Brasil meus gêmeos não iam nem na panificadora (2 quadras de nossa casa) sozinhos. Nós levávamos a escola e eles voltavam de condução. Andar sozinhos nem pensar, pois tínhamos medo por conta da violência crescente. No Canadá eles são livres. Vão para escola sozinhos, saem com os amigos, andam pela cidade (metro e ônibus) por tudo, não me preocupo se é dia ou noite, sempre tenho a certeza que eles estão em segurança. Eles aprenderam a se virar a resolver seus problemas, sentem-se mais seguros e responsáveis por suas próprias coisas. Tudo isso ajudou-os a ficarem mais maduros e sobretudo adquirirem uma confiança que chegaria mais tarde vivendo no Brasil. Isso realmente não tem preço. As vezes me assusto com tamanha maturidade adquirida em tão pouco tempo. Se tornaram meus amigos e companheiros.
2 - Aquisição de nova língua: meus filhos adquiriram fluência no francês em menos de 1 ano, saindo do zero. Além disso melhoraram o inglês e de quebra se comunicam em espanhol. Onde conseguiriam esta proeza vivendo no Brasil? Quanto a mim posso dizer que melhorei meu inglês. Hoje meu nível de compreensão aumentou consideravelmente. Meu inglês está longe de ser o que eu esperava, mas não posso querer mais do que conquistei até agora, uma vez que depois do nascimento do bebê minha imersão ficou quaser nula, não tenho quase contato com língua, a não ser pela TV ou nos 2 dias que vou para aula. Antes que vocês perguntem, eu ainda não comecei a estudar francês, preferi aperfeiçoar meu inglês e depois partir para uma nova língua. Entretanto o francês faz parte de uma das minhas metas para o próximo ano.
3 - Aceitar as limitações e aprender a conviver com elas - conhecem aquele ditado: "O que não tem solução solucionado está". É assim que vejo e tento trabalhar minhas frustrações. No Brasil eu era super ativa, trabalhava no que gostava, estudava, era independente, era como se tivesse minha vida sob controle. Aqui não. Dependo do Igor para quase tudo, isso porque a falta de fluência na língua paralisa a gente para viver uma vida social mais completa. Por enquanto não resgatei a minha vida profissional e minha independência. Não posso voltar a trabalhar porque além de não ter fluência nas duas línguas usadas na província tenho que cuidar do meu bebê, então não adianta me lamentar. Se não tem solução neste momento eu apenas aceito esta realidade com paciência. O bebê vai crescer e eu estou fazendo minha parte para adquirir fluência na língua. Este ano que passou serviu para eu me conhecer melhor e sobretudo aceitar aquilo que não posso mudar. Isso faz a gente amadurecer e encontrar a felicidade dentro de nós e não fora. Confesso que não foi e não é fácil, mas quem disse que seria? Eu escolhi viver tudo isso, por isso enfrento e me coloco de pé todos os dias. Se vocês me perguntarem vale a pena passar por tudo eu diria: vale sim, mas você precisa saber que a felicidade da sua vida não está em chegar aqui como se isso fosse a solução para todos o problemas que vivemos no Brasil, mas saber que o sentido da vida da gente é muito mais que estas pequenas conquistas, que servem para nos ajudar a alcançar o sentido último de nossas vidas.
4 - Meu bebê - o nascimento do Thiago foi minha grande conquista no Canadá. Ele tem sido meu companheiro. Deus me deu uma nova oportunidade de viver a maternidade, desta vez de forma mais plena já que cuido dele 24 horas por dia. Tem sido muito gostoso.
5 - Segurança - sentir-me segura é uma das grandes alegrias que vivo no Canadá. Quando moramos no Brasil e nunca saímos do país não temos noção do que isso significa, porque ficamos tão acostumados a viver na insegurança que sequer imaginamos o que é viver com segurança. Posso dizer que esse será um dos grandes motivos que me fará pensar se devo ou não voltar a morar no Brasil. Criar os filhos aqui realmente é muito mais fácil e mais tranquilo.
6 - Adquirir experiência estrangeira - este foi um sonho de infância, sempre quis viver fora do Brasil . Olhar pra trás e ver tudo que vivemos para chegar aqui faz-me sentir realizada. Estou onde queria chegar, meta cumprida.
Li em muitos blog's e acho até que eu mesma já falei a célebre frase: "Imigrar não é para qulaquer um". Quando pensava nesta frase tinha a impressão de que esta era uma façanha para pessoas especiais e não para pessoas comuns como eu, me questionava sobre isso. Após 1 ano e ver de tudo por aqui, diferentes histórias e até avaliando a minha própria história descobri que a imigração é para todo mundo, mas todo mundo mesmo, independente da posição que ocupa, de sua criação, seu jeito de ser, seja lá o que for. O que é necessário é você querer de verdade e assim impregar os esforços necessários para que tudo se realize, como acontece para qualquer objetivo que tenhamos na vida. Não se paralise quando ler aquela frase achando que isso não e para você, apenas tenha claro que você precisará pagar o preço para viver tudo isso. Se isso fizer sentido, então imigrar é para você também.
Ainda há muita coisa para conquistar por aqui. Não dá pra dizer que estou 100% adaptada. Segundo nossos amigos que moram aqui a mais de 7 anos é preciso pelo menos 3 anos de Canadá para começar a sentir-se em casa, então me vejo como um nenê que está descobrindo um mundo novo, cheio de desafiios que serão conquistados.
Sim, já tive vontade de voltar e inúmeras vezes me perguntei se valia a pena, mesmo assim sou feliz pela escolha que fiz, pois se não tivesse vindo estaria frustrada me perguntando porque não tentei.
Agradeço a Deus por nos dar a oportunidade de vivermos em Sua Graça, nos dando saúde, forças e esperança para seguirmos em frente. Ao Igor que tem sido um grande companheiro me ensinando que o caminho é mais importante do meta, pois é ele que nos faz crescer. Meus amados filhos que me fazem reconhecer aquilo que tenho de bom e me trazem a certeza de que posso ser uma pessoa melhor a cada dia.
Assim vou seguindo sempre com passos firmes de quem sabe onde quer chegar, penso que isso tem nos feito seguir em frente sempre com otimismo e paciência, vivendo a cada dia nossas pequenas conquistas.....
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Comprovar Residência no Brasil?
Se Acostumando ao Brasil
Não posso deixar de falar um pouco sobre nossas experiências como turistas brasileiros no Brasil, especialmente em Curitiba. Tem muita coisa diferente!!
- As avenidas encolheram! Quando chegamos aqui, a primeira impressão era que os carros iriam bater uns nos outros, pois as faixas são mais estreitas do que as que estamos acostumados no Canadá. A avenida das Torres, que parecia gigante antes de nossa viagem, encolheu, como dizia um vizinho que mora no Canadá;
- Estamos com frio.... brrr... Não sei o que aconteceu aqui em Curitiba, mas estamos com 15 graus em dezembro e morrendo de frio dentro de casa... O negócio é sair na rua.
- Secar roupas: lavamos nossas roupas da viagem e elas demooooram para secar...
- Corrida de rua: parece ser bem mais difícil de puxar o ar durante a corrida. O ar parece pesado... Não sei dizer ainda se isso é verdade, mas foi minha percepção.
- Trânsito: está sendo mais difícil se acostumar como pedestre do que como motorista. Estamos acostumados a botar o pé na faixa e atravessar, mas aqui é perigoso, ehehe... Como motorista, quase bati o carro, pois quando eu ia virar tinha uma pessoa esperando na calçada e parei para ela passar...;
- Fale português: no primeiro dia, dei alguns bonjours e au revoirs para algumas pessoas. Agora, já estou acostumado de novo.
Abração e a Paz
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Superstição Canadense...
E vamos seguindo com passos firmes de quem sabe onde quer chegar.
Abração e a Paz
Chegada ao Brasil
sábado, 3 de dezembro de 2011
Primeira Viagem ao Brasil!!!
É isso aí... Estamos neste momento no aeroporto de Toronto, esperando o vôo para a amada terra do Brasil-sil-sil! Muita saudade de toda família e amigos, mas principalmente poder viver esta experiência familiar juntos! Estamos muito entusiasmados com tudo...
Sobre a viagem ao Brasil, só Deus sabe o que ela nos reserva. Muita gente diz que é uma experiência única para um imigrante voltar pela primeira vez à sua terra natal, que as sensações são diferentes, sei lá. Só sei que a saudade é muito grande e não vemos a hora de chegar!!
O primeiro vôo de Montréal a Toronto foi tranquilo, o Thiaguinho se comportou bem e até dormiu um pouco na viagem. Assistimos Smurfs e chegamos em menos de uma hora. Então, caminhamos quase meia-hora pelo gigantesco aeroporto Pearson de Toronto até chegarmos ao portão 172 de onde nosso vôo vai sair para mais quase 10h de viagem até o Brasil-sil-sil...
Agradecemos muito a Deus por esta oportunidade de nos permitir viajar juntos, e também a muitos amigos que estão segurando a nossa barra com o Gordo (gato Gregório) enquanto a gente viaja, e também que nos levaram no aeroporto, etc. Aqui tem gente que ajuda pra tudo quanto é lado, igual no Brasil, onde já temos a família e amigos que nos acolherão com muito carinho.
E vamos seguindo com passos firmes de quem sabe onde quer chegar!!!
Abração e a Paz
Igor Schultz
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
C'est la Neige!!!
Como é comum aqui, com um tempo desses, a maioria das pessoas trabalha de casa, pois dá muito trabalho se deslocar até o trabalho, e às vezes é até impossível... Mas hoje não estava tão ruim assim. As escolas estavam funcionando... as crianças saíram de casa felizes da vida porque iriam andar na neve!
Bem, é isso. Deixo um vídeo que fiz hoje de manhã que mostra como estava o dia...
http://www.youtube.com/watch?v=GNI_iqyZA8E
E vamos seguindo com passos firmes de quem sabe onde quer chegar!
Abração e a Paz
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Documentação do Bebê Québécois
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Remembrance Day
And held one forth, but I shook my head.
Then I stopped and watched as she offered them there,
And her face was old and lined with care;
But beneath the scars the years had made
There remained a smile that refused to fade.
A boy came whistling down the street,
Bouncing along on care-free feet.
His smile was full of joy and fun,
"Lady," said he, "may I have one?"
When she's pinned it on he turned to say,
"Why do we wear a poppy today?"
The lady smiled in her wistful way
And answered, "This is Remembrance Day,
And the poppy there is the symbol for
The gallant men who died in war.
And because they did, you and I are free —
That's why we wear a poppy, you see.
"I had a boy about your size,
With golden hair and big blue eyes.
He loved to play and jump and shout,
Free as a bird he would race about.
As the years went by he learned and grew
and became a man — as you will, too.
"He was fine and strong, with a boyish smile,
But he'd seemed with us such a little while
When war broke out and he went away.
I still remember his face that day
When he smiled at me and said, Goodbye,
I'll be back soon, Mom, so please don't cry.
"But the war went on and he had to stay,
And all I could do was wait and pray.
His letters told of the awful fight,
(I can see it still in my dreams at night),
With the tanks and guns and cruel barbed wire,
And the mines and bullets, the bombs and fire.
"Till at last, at last, the war was won —
And that's why we wear a poppy son."
The small boy turned as if to go,
Then said, "Thanks, lady, I'm glad to know.
That sure did sound like an awful fight,
But your son — did he come back all right?"
A tear rolled down each faded cheek;
She shook her head, but didn't speak.
I slunk away in a sort of shame,
And if you were me you'd have done the same;
For our thanks, in giving, if oft delayed,
Thought our freedom was bought — and thousands paid!
And so when we see a poppy worn,
Let us reflect on the burden borne,
By those who gave their very all
When asked to answer their country's call
That we at home in peace might live.
Then wear a poppy! Remember — and give!
domingo, 30 de outubro de 2011
Primeira Mudança no Canadá
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Primeiro Aniversário de Canadá
E assim, passou-se um ano... temos um montão de coisas ainda para concluir a adaptação, mas vamos vivendo um dia de cada vez... Escrever este post foi como uma avaliação deste ano que passou, e a avaliação foi muito positiva... Pois temos ótimas notícias sempre pela frente... E vamos seguindo sempre com passos firmes de quem sabe onde quer chegar!
Abração e a Paz
Igor Schultz
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Ressemblez-vous au Québécois Typique?
- Avez-vous l'habitude de faire la bise à vos amis? Você costuma beijar seus amigos? Nós no Brasil temos este costume quando cumprimentamos pessoas de sexo diferente, mas o restante do povo do Canadá é mais formal. Então, a resposta é SIM (1 ponto);
- Pouvez-vous chanter une chanson en français? Você sabe cantar uma canção em francês? Já sabíamos algumas canções quando estudávamos francês no Brasil... Mais um SIM (1 ponto);
- Vous interessez-vous aux relations Canada-Québec? Você se interessa pelo relacionamento do Canadá com o Québec? É importante se interessar, pois apesar de os caras acharem que isso aqui é um país, ainda estamos no Canadá... Então, SIM, mais 1 ponto;
- Parlez-vous du temps qu'il fait avec vos voisins? Você comenta sobre o tempo que você passou com seus vizinhos? Bem, não é que os caras aqui são fofoqueiros, mas gostam de falar bastante. Eu já não falo muito, mas falo do mesmo jeito, então, SIM (1 ponto);
- Étes-vous déjà allé à la cabane à sucre? Você já foi à cabana à sucre? A cabana à sucre é um tipo de lugar turístico aberto principalmente na primavera, quando a famosa árvore Érable (Maple), cuja folha é o símbolo do Canadá, permite a retirada do Xarope gostoso e doce. Nunca fui, mas minhas crianças já foram no passeio da escola. Mas mesmo assim, não marco pontos...
- Avez-vous déjà lu un romance québécois? Você já leu um romance québécois? Todo mundo aqui parece que lê o tempo todo. Porém, eu vejo gente lendo livros em todas as línguas. Estou lendo livros em francês do Québec, mas nenhum romance ainda. Então, não marco pontos...
- Êtes-vous abonné au journal La Presse? Você é assinante do jornal La Presse? Este é tipo a Gazeta do Povo do Québec. Porém, como tem jornal do Metrô e 24h que são de graça, não assino. Não marco pontos...
- Songez-vous à passer vos hivers en Floride? Você pensa em passar seus invernos na Flórida? Todo mundo aqui tá sempre viajando para a Flórida ou Caribe. É muito barato e dá pra ir, ficar uma semana e voltar. Eu, particularmente, gostaria de ir porque nunca fui, mesmo estando no Brasil, então, SIM (1 ponto);
- Avez-vous des amis francophones? Você tem amigos francófonos? Tenho meus colegas de trabalho. Fora isso, ainda só tenho amigos brasileiros. Então, vou considerar NÃO (não marco pontos...)
- Vous inquiétez-vous des mauvaises performances du club de hockey Canadien de Montréal? Você fica irritado com as más apresentações do time de hockey Canadien de Montréal? Esse time é que nem o Paraná Clube: azul, vermelho, branco, só perde, e todo mundo ama. Eu não fico irritado porque sei que esse time sempre perde, mas não entendo como os caras aqui conseguem ficar ainda torcendo... isso me irrita... então, SIM (1 ponto);
- Assitez-vous au défile du 24 juin? Você assiste ao desfile de 24 de junho? É a Festa Nacional do Québec. Ponto alto do nacionalismo québécois... Este ano ouvi falar que estava muito bonito, mas não fui assistir. É como o desfile de 7 de setembro. Então, NÃO (não marco ponto);
- Mangez-vous réguliérement du patê chinois? Você come regularmente o patê chinois? Este prato já foi preparado pelo que vos fala, é muito apreciado aqui. Porém, esta vez que eu cozinhei foi a única que comi. Então, NÃO (não marco ponto);
- Avez-vous déjà goûté à la poutine? Você já experimentou a poutine? A poutine é um prato de batatas-fritas com molho que todo mundo adora. Tem até um MacPoutine no MacDonalds. Mas eu, nunca comi. Não marco ponto;
- Êtes-vous fávorable à l'union-livre? Você é favorável à união livre? Este é um tema muito polêmico e não é o objetivo de nosso post causar polêmica. Posso dizer que o homossexualismo é muito mais aceito aqui no Québec do que no Brasil, por exemplo. Neste quesito, no entanto, não marco ponto...;
- Passez-vous vos étés sur les plages du Maine? Você passa seus verões nas praias do Maine? É um estado americano que faz divisa com o Québec que parece ter umas praias muito bonitas... Mas ainda não fui lá.. Então, NÃO marco ponto...
- Vous plaigner-vous de l'hiver? Você reclama do inverno? O inverno passado foi bem legal e não reclamei. Então, NÃO marco ponto... mas foi meu primeiro... ehehe
- Allez-vous au chalet chaque fin de semaine? Você vai ao chalé todo final de semana? Nem tenho chalé, então, NÃO marco ponto;
- Songez-vous à demenager le 1er julliet de chaque année? Você pensa em se mudar todo ano em primeiro de julho? Isso porque a maioria dos contratos de aluguel vence em 31 de maio. A gente pensa em se mudar realmente o tempo todo.... Então SIM (1 ponto);
- Avez-vous deux enfants ou moins? Você tem 2 filhos ou menos? Isso porque os caras aqui não gostam de fazer filhos e reclamam que a taxa de natalidade está baixa, ehehe.... Eu tenho 3 filhos e 1 já é québécois. Então, eles não podem me cobrar, uhu! Mas NÃO marco ponto;
- Prenez-vous votre café du matin dans le métro ou dans la voiture? Você toma o café da manhã no metrô ou no carro? Não. Eu tomo meu café em casa.... NÃO marco ponto.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Imigração: Uma Ameaça à Cultura do Québec?
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Maratona de Montréal
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Canadá faz Bonito no Ranking das Universidades
Em tempo: a universidade brasileira melhor colocada foi a USP - Universidade de São Paulo, que ficou na 178a posição, com nota 44.1. Entre 400 universidades, até que não foi tão mal assim...
Clique neste link para ver a reportagem no 24h do metrô de Montréal.
Abração e a Paz
Igor Schultz
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Energizer Night Race 10k
Primeira Viagem de Metrô do Bebê
Há quanto tempo!!! (sem comentários... quase 1 mês sem atualizar nada aqui...)
domingo, 28 de agosto de 2011
Tia Irene Chegou no Québec!!!
Québec Está Selecionando Errado os Imigrantes...
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Sonhando com uma casa própria...
Cuidados Médicos para Recém-Nascidos
domingo, 14 de agosto de 2011
Stade Olympique
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Défi 20km Saint Anne de Bellevue
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Acordo Previdenciário Brasil-Canadá
domingo, 31 de julho de 2011
O Céu tá Caindo...
Correndo na Fórmula 1
quinta-feira, 21 de julho de 2011
País de Extremos
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Imposto de Renda
Um último ponto: o governo do Canadá pede que você informe os rendimentos que você teve no exterior, assim como o governo do Brasil. Então, para evitar a bi-tributação, existe um acordo entre os dois governos, de modo que algumas despesas serão tributadas somente no país de origem. Alguns casos, no entanto são tributadas nos dois países.
Seguem abaixo alguns documentos de referência para o assunto:
E vamos seguindo com passos firmes de quem sabe onde quer chegar!
Abração e a Paz
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Dinheiro para as Crianças
- Child Tax Support: este benefício é pago pelo governo do Canadá. Você recebe um valor como auxílio para criar as crianças. O valor é pago mensalmente e para receber você precisa preencher e enviar os formulários de solicitação, informando sua renda no ano anterior, mesmo que seja no Brasil. Posteriormente, eles vão ajustar o valor conforme a sua primeira declaração de imposto de renda do Canadá, no final de Abril. Os formulários podem ser encontrados no Ministére d'Immigration ou no Service Canada;
- Soutien aux Enfants: este benefício é pago adicionalmente pelo governo do Québec. O valor é pago a cada 3 meses também conforme a renda declarada. O valor é ajustado posteriormente com a declaração do imposto de renda do Québec. Porém, tem que haver cuidado com isso. Neste ano, por alguma razão, o pessoal do Revenu Québec (ministério da receita do Québec) perdeu a declaração de minha esposa, e eu só fui saber que isso aconteceu quando o cheque dela não veio. Então, tive de ir até o Revenu Québec para resolver isso e praticamente efetuar a entrega da declaração novamente.
- Congé Parental: trata-se de um direito a folga de trabalho (não-remunerado) para cuidar do novo nenê. Durante as primeiras 52 semanas após o nascimento do bebê, é possível para a mãe e o pai compartilharem algumas semanas juntas. O governo garante que a empresa te manterá no mesmo emprego, com o mesmo salário, e paga até 75% do que você ganha regularmente (conforme a modalidade de licença e o prazo). Eu tirei 7 semanas e gozei 5 logo que o nenê nasceu e outras duas vou gozar quando formos para o Brasil no final do ano. Porém, a qualquer momento, eu posso solicitar mais semanas para o governo do Québec, desde que não passem as 52 semanas após o parto.
Para o novo nenê, quando ele nasceu, já recebemos os formulários do governo do Québec para fazer o registro, e junto com estes formulários, vem também a autorização para que o Directeur de l'Etat Civil do Québec (espécie de Instituto de Identificação) possa encaminhar a certidão de nascimento para o Revenu Québec (para o Soutien aux Enfants), para o Service Canada (para elaborarem o NAS), para a RAMQ (para o seguro-saúde do Québec). Então, quando a gente sai do hospital, quase tudo está resolvido. Mas como os correios estavam de greve até alguns dias atrás, a entrega de documentação está bastante atrasada e muita coisa ainda não chegou para nós. Então, assim que tivermos mais notícias, vamos comunicando....
E continuamos seguindo com passos firmes de quem sabe onde quer chegar (agora, com mais 2 pernas!!!)
Abração e a Paz
domingo, 17 de julho de 2011
Fim da gravidez: nasceu nosso bebê
Pode parecer, mas não abandonamos o nosso blog, demos um pequeno tempo, pois nosso pequeno Thiago nasceu e tudo mudou.Não há mais tempo pra nada, sequer conseguimos dormir.
O último post sobre a graidez foi em Abril, onde descrevi alguns atendimentos de emergência que recebi por aqui. Depois daqueles houve vários outros, pois no decorrer deste período fui diagnosticada com uma Síndrome que ocorre em mulheres grávidas cujo o nível de plaquetas despenca, trazendo algumas complicações na gravidez. Diante disso minha obstetra sugeriu, ainda em Abril, que eu consultasse um Hematologista. Fui encaminhada para o especialista do hospital, mas tive que entrar em uma lista de espera, pois eles entenderam que meu caso não era grave.
Após 2 semanas de tratamento convencional as plaquetas continuaram a cair, porém agora faltava apenas 3 semanas para o nenê nascer. Nesta altura resolveram me internar e me submeterem a um tratamento de choque (ehehheh): injeção de imunoglobulina direto na veia, que nada mais é que um catalisador de plaquetas. Para isso fiquei internada 3 dias em uma ala só para cuidados de mulheres grávidas.Uma vez por dia era transferida para uma ala isolada onde recebia a transfusã. O que eu não sabia era os efeitos colateraris deste tratamento, que fui descobrir enquanto eles agiam em mim. Durante a transfusão sentia fortes dores de cabeça, pressão alta (nunca tive isso na vida, sempre minha pressão foi super baixa), taquicardia, etc. Depois desses 2 dias voltei pra casa (sexta-feira a noite). Aí começou tudo. No sábado acordei com falta de ar e dores no peito, no decorrer do dia começou uma leve dor de cabeça que foi se agravando até se tornar insuportável. Era a pressão subindo. Para resumir, na madrugada de segunda simplesmente não conseguia ficar deitada de tanta dor de cabeça. O recurso foi voltar para o hospital (recomendação deles antes de termos alta). Chequei no hospital chorando de dor de cabeça, eles me internaram imediatamente. Aí gente, começou o suplício. Simplismente me viraram de cabeça para baixo. Mesmo com o recebimento de 4 frascos de imunoglobulina, minhas plaquetas continuavam caindo. Aí sim os médicos começaram a se estressar, pois o tratamento não estava adiantando e faltava apenas 10 dias para o nascimento do bebê.
Aqueles dias no hospital foram bastante difíceis para mim. A impressão que eu tinha é que eles não sabiam o estavam fazendo. Eu já conhecia todos os médicos, residentes e enfermeiras de todos os plantões. Cada um que vinha me ver pela primeira vez fazia as mesmas perguntas, apesar de terem um dossiê gigante com td que acontecia comigo. Cheguei a conclusão que o dossiê é só para manterem um arquivo, pois não é consultado pelos plantonistas, com excessão das enfermeiras, que aparentemente recebiam o relatório quando mudavam os plantões. Elas são quem verdadeiramente cuidam da gente, sabem o acontece e vivem o dia-a-dia dos pacientes. Sou eternamente grata as enfermeiras do hospital, pelo carinho que a maioria delas (há excessões) tiveram comigo.
Fiz até tomografia computadorizada e raio-X da cabeça para terem certeza que eu não havia sofrido um pequeno aneurisma, tudo para decidirem qual a melhor estratégia diante dos fatos. Enquanto isso eu tirava 4 tubos de sangue cerca de 4 vezes por dia. Tinha soro e medicação nas duas mãos e não tinha mais veia saudável para coleta de sangue. Ao mesmo tempo a obstetra, junto com a hematologista (mudou o médico no meio do caminho) decidiam qual a melhor alternativa de parto. Com as plaquetas baixas eu não poderia ter parto normal com anestesia, porque esta não faria efeito (não sei dizer pq, informação dada pelo médico). Se fosse parto normal teria que ser na raça (coisa que eu acho que não teria, eheheh); Parto de cesária, como estava previsto, teria que ser com anestesia geral, já que anestesia peridural também não faria efeito.
Meu parto estava previsto para o dia 23 de junho, mas com todas estas complicações resolveram adiantar 1 semana e o nenê nasceu no dia 16/06. A escolha para o parto foi cesária com anestesia geral. Para solucionar os possíveis riscos de uma hemorragia durante a cirurgia devido a falta de coagulação por conta do baixo nível de plaquetas, optaram por fazer transfusão de sangue durante o parto. O triste foi que o Igor não pode entrar na sala de cirurgia, então uma enfermeira gravou o momento do nascimento do Thiago.
No final tudo deu certo, após a cirurgia tive um pico de pressão de alta (19/15) que foi imediatamente controlada pelo anestesiologista e enfermeiras. Permaneci no hospital mais 5 dias, mas pelos médicos eu permaneceria lá por mais tempo. Tudo foi negociado, pois eles só queriam me liberar até estar com tudo em dia (plaquetas, pressão, anemia, etc). Acontece que ficar em hospital muito tempo (eu já estava a mais de uma semana, contando o tempo da transfusão da imunoglobulina), não é nada saudável. Além de estar cansada de tanto exame, tanto tirar sangue, estava estressada com os primeiros momentos da amamentação, etc. O que os médicos e enfermeiras não entendiam era que eu não conseguiria voltar em meu estado normal de saúde se não voltasse para minha casa, com meus filhos, Thabata e Matheus (neste tempo ficaram sozinhos, se virando em casa), com minha vida e saísse daquele ambiente hospitalar. Eu já estava exaustada de tudo, me sentia sozinha, longe da minha família, amigos, do meu país. Só queria voltar pra minha casa (estava igual o E.T. - "Minha casa"- era só o que eu falava, eheheh. No final das contas eu já não sabia se todo excesso de zelo no hospital era porque tinham cuidado comigo ou se estavam se prevenindo caso eu tivesse mais complicações, tendo em vista que o tratamento da queda das plaquetas foi iniciado tardiamente e ainda a opção pela transfusão de imunoglobulinas não foi acertada, gerando complicações inesperadas e efeitos colaterais que eu nunca havia tido antes.
Enfim, apesar de eu ter sido bem atendida, tido um tratamento na ala pública melhor que na privada, senti o corpo clínico muitas vezes inseguro, sem saber o que fazer, muitas vezes emperrados por terem que se precaver de suas decisões. Aqui no Canadá os profissionais da área de saúde precisam ter cuidado em suas decisões, pois qualquer erro pode ser usado contra eles. Aqui isso é levado muito a sério. Senti também na troca dos plantões uma falta de sintonia. Na maioria dos atendimentos eram realizados por residentes. A cada mudança repetiá-se as mesmas perguntas, os mesmos exames, eu tinha que repetir toda a balela da minha situação para cada um.
Ontem fez 1 mês que o Thiago nasceu, estamos aqui nos adaptando com a nova rotina. Olho para trás e me vem um grande alívio. Sempre lembro do que minha falecida mãe me dizia quando eu vivia alguma dificuldade: "vai passar minha filha, tenha paciência". Era isso que pensava enquanto vivia aquela realidade no hospital. Pra mim não foi fácil ter um meu bebê longe da família, do meu país, dos médicos em quem confiava, sem o domínio da língua. Senti-me frágil, sem poder ter certeza do que estavam fazendo comigo. Coube a mim ter fé, e tentar encarar tudo com otimismo, sempre tendo em mente que "tudo iria passar". Graças a Deus passou, hoje estou aqui recuperando minha saúde: minhas plaquetas, pressão, nível de ferro, voltaram ao nível normal. Agora irei cuidar do meu peso: ganhei 9 Kg na gravidez, perdi 15 Kg em 1 mês. Como meu metabolismo é muito rápido preciso ficar alerta. Nesta próxima semana irei consultar uma nutricionista para fazer uma dieta de engorda.
Agora somos 5 na família, mais o gato, seguindo nossa vida com passos firmes de quem sabe onde quer chegar.